17/06/2009

Tipos de cerimoniais



Todos nós conhecemos o cerimonial católico, na igreja, padre, noivo e padrinhos entram primeiro, depois um cortejo para a entrada triunfal da noiva e as daminhas ou os pagens no momento das alianças. Claro que isso não é obrigado a seguir, muitas noivas criam suas entradas conforme mais lhe agrada. Mas segue uma tradição.
Por curiosidade, vou postar alguns cerimoniais diferentes:

CERIMONIAL JUDAICO
Realizada em uma sinagoga, sala de recepção ou mesmo ao ar livre, a cerimônia judaica é um ato religioso em que o noivo e a noiva, mutuamente, proferem um juramento, uma santificação. O ato começa com os pais conduzindo os nubentes ( noivos) ao chupah ( uma espécie de tenda cerimonial, que representa o primeiro lar dos noivos), onde já está o rabino para recebê-los. Um cantor, o chazan, dá as boas-vindas ao futuro casal com canções tradicionais em hebraico.
A noiva veste branco e porta um véu, colocado sobre sua cabeça, antes do casamento. Antes do rito, ela dá sete voltas ao redor do noivo, fazendo referência a um versículo messiânico que diz que a esposa deve "cercar" o marido. O rabino dá início às bênçãos de consagração com presença de testemunhas, abençoa os anéis a serem trocados e as duas taças de vinho que serão tomadas pelo casal durante a cerimônia.
O rito segue sua ordem. Os noivos bebem da primeira taça e, nesse ponto, o casamento é efetuado. O anel é colocado no dedo indicador da mão direita da noiva e, mais tarde, transferido para anular da mão esquerda. Nas cerimônias ortodoxas, o homem não usa aliança, enquanto que, na tradição conservadora, o uso é popular.
Logo após, o futuro esposo profere a promessa de casamento e duas testemunhas assinam o contrato do matrimônio.
Na segunda parte da cerimônia, é feita a leitura de um contrato escrito em aramaico, chamado Ketubah, que descreve as responsabilidade dos noivos. Logo após, eles bebem a segunda taça de vinho, passando a ser considerados marido e mulher. A bênção da segunda taça é a primeira das setes que ocorrem durante o casamento. Ao final da cerimônia, como parte do ritual, uma taça, envolta em tecido branco, é quebrada pelo noivo com os pés, simbolizando a destruição do templo de Israel e remetendo ao fato de que, caso a união se quebre, será muito difícil reunir os cacos. O rabino dá a bênção final e os convidados permanecem na sinagoga até que o casal tenha saído.
O cortejo de entrada para uma cerimônia judaica varia de acordo com o local de instalação do chupah . segundo o livro " Cerimonial de Casamento", de Maria de Lourdes Wolff, para garantir um toque mais requintado á ocasião, a dica é o padrinho entrar primeiro. Logo após, o noivo (ao centro), ladeado pelo pai (à esquerda) e a mãe (à direita). Na sequência, vem a madrinha, um ou mais pajens e daminhas e , por fim, o pai da noiva (à esquerda) , a noiva (ao centro) e a mãe (á direita). O cantor que pronuncia os louvoures pode estar no altar, ao lado do rabino, para recepcionar o futuro casal, ou entrar antes da noiva, entoando um cântico de boas-vindas. No huppá, a noiva, seus pais e a madrinha ocupam o espaço á direita da porta de entrada, enquanto o noivo, seus pais e o padrinho ficam do lado esquerdo. No cortejo de sáida, os nubentes se dirigem ao corredor central, seguidos pelos pais da noiva, do noivo, pelos padrinhos e pelo rabino. Durante o período em que permanecem no templo, os homens devem usar solidéu - também conhecido como quipá - em sinal de respeito ao lugar sagrado.

CERIMONIAL ORTODOXO
O casamento ortodoxo pode ser celebrado por um ou vários padres. A cerimônia, cantada em grande parte, está baseada em um antigo ritual bizantino, presente nos trajes e paramentos dos sacerdotes.
O ofício se divide em duas partes: o enlace do casal e a coroação. A primeira tem como ápice a troca de alianças, abençoadas e colocadas pelo celebrante nos dedos dos noivos. Ao contrário do costume brasileiro, para os ortodoxos, a aliança no dedo anular da mão direita indica casamento e na esquerda, noivado.
Na segunda parte da cerimônia, o sacerdote faz a coroação dos noivos, serve vinho a eles e os conduz em três voltas em torno do analói, mesa onde estão dispostos o Evangelho e a Cruz. De volta ao lugar, o casal recebe a bênção final, beijando o Santo Evangelho.
Na cerimônia ortodoxa, o cortejo e a disposição do altar são semelhante aos da igreja católica.

CERIMONIAL EVANGÉLICO
Sao poucas as diferenças encontradas entre o casamento realizado na igreja católica e nos templos evangélicos. Uma delas diz respeito ao juramento, que, neste tipo de celebração, é substituído pelo " compromisso" , uma etapa que não conta com ritual, o que dá maior liberdade para o pastor se expressar, para escolha das músicas e a realização de homenagens. A troca de alinaças confirma o desejo da união.
A ordem de entrada dos noivos, dos pais e dos padrinhos no local da cerimônia ocorre da mesma forma que na igreja católica.
É de praxe os familiares dos noivos não permanecer no altar, mas em bancos reservados próximos a este. No caso de optarem por um posicionamento junto ao casal, segue-se a regra: noiva ao centro, com o pai e os padrinhos á sua esquerda. A mãe fica mais à frente, do mesmo lado, alinhada com a mãe do noivo (do lado direito). Na área restrita ao homem (direita), estão também os padrinhos e o pai, que fica um pouco mais à frente, próximo à linha do pastor. Pajens, damas se postam nos cantos do altar, valendo a mesma conduta: esquerda para meninas e direita para os meninos.

CERIMONIAL BUDISTA
Considerado um sacramento, o matrimônio , na religião budista, é ministrado pelo abade ( ou oficiante) no templo. Vários toques de sinos anunciam a ocasião e dão início à cerimônia. No altar, onde se encontra a figura de Buda, só é permitida a presença do noivo, que fica do lado esquerdo, da noiva, à direita, e dos padrinhos, que considerados testemunhas do acontecimento, permanecem atrás do casal.
Um dos rituais mais significativos dessa cerimônia é o san-san-kudo , ou três-três-nove em portugês. Nele, o saquê, que é mantido em um bule, é derramado dentro de uma taça pequena. O noivo, então, bebe o líquido em três doses. Depois, mais bebida é colocada na primeira taça, para que a noiva faça o mesmo. Esse procedimento é repedito com outras duas taças e simboliza que a partir daquele momento, o casal compartilhará a mesma vida, experiência, o espaço e tudo o que é comum.
Outro momento importante é quando o oficiante entrega os rosários de 108 contas aos noivos e os coloca na mão esquerda de cada um. "São 108 portais para iluminação. Cada obstáculo é um portal a ser superado", explica a Monja Coen Murayama, missionária oficial da tradição Soto Shu - Zen Budismo.
No final da celebração, todos os presentes fazem um minuto de silêncio e mentalizam a harmonia e a felicidade dos noivos.

CERIMONIAL AFRO
Cantos e muita dança, ao som de atabaques, marcam a celebração de um casamento afro, no qual, raramente, os rapazes e as moças escolhem os próprios parceiros. Essa "função" cabe aos Orixás e ancestrais, que são consultados quando os jovens decidem se unir.
Segundo Iya Sandra Epega, membro do Conselho Religioso do Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-brasileira, antes da celebração, é realizado um cortejo de mulheres, que leva a noiva, acompanhada pelo pai ou pelo homem mais velho da família, a um mercado e percorrem-no com cestas vazias na cabeça. Em seguida, passam pelo comércio local, onde os vendedores presenteiam-na com produtos. Isso acontece porque a distribuição e o ato de compartilhar o "sagrado" são imprtantes.
Seguido a tradição, uma mulher lava os pés da noiva e a toalha é entregue à sogra. Depois, a noiva é entregue ao noivo pelo homem mais velho da família. Na sequência, são feitos elogios aos dois e é pago o preço pela noiva, que pode ser um dote real, como terreno, gado, jóias ou apenas uma brincadeira. Em seguinda, o casal assume quatro grandes obrigações : ayo (alegria) , imoron ( conhecimento) , imoye (sabedoria) e suru (paciência).
São realizados outros rituais e leituras de textos e , por fim, a grande festa. "A partir de então, o casal tem a obrigação de ficar junto, trabalhar, ter filhos e criar bem essas crianças, uma vez que a união do marido e da mulher prevê descendências e toda a família aguarda por isso", explica Sandra.

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